(Animação de Pixel Art) Três toupeiras saindo da terra. A do meio carrega um moicano e óculos escuros, a da esquerda com moicano e a da direita de cabelo raspado e tapa olho.

Saudações quem está pelo blógue, na postagem de hoje, vou contar sobre um quadrinho foda que eu li recentemente (mês passado), e entrando no clima de magia do quadrinho, quero contar sobre como o quadrinho me escolheu: Estava na biblioteca comunitária que construo na cidade, e simplesmente olhei pra ele, e falei, é você! E foi aleatório mesmo, olha só essa capa:

Quatro mãos, explodindo uma bomba que é o planeta terra em formato de cubo.

E no fim, Os Invisíveis acabou sendo uma boa escolha.

E se afundando mais ainda neste clima de jovem místico, antes mesmo de começar a ler Os Invisíveis, estava maratonando uns episódios do podcast de magia: Magickando, e mencionaram esse quadrinho com a informação de que ele influenciou a criação do Matrix, aquele filme de tomar pílulas e encontrar a toca do coelho. E fui confirmar que na contracapa do quadrinho, citam isso. E realmente, existe essa relação, porém o Matrix entra num rolê mais pós apocalipse tecnológico, e o que li desse quadrinho é mais realidades paralelas. O que realmente tem em comum, é a passagem do personagem pra uma organização secreta que quer tocar o terror em um sistema que quer pessoas dóceis e comportadas.

Mas assim, juro que não tava buscando nada de magia, esse quadrinho só apareceu falando sobre isso, e achei legal. Estou em um momento muito cético, rejeitando toda e qualquer forma de magia, mas né, estou na América Latina... E é uma difícil missão rsrs. Pior que ultimamente to me reencontrando com a cartomancia. Meu companheiro pegou emprestado de um amigo um baralho de Tarot, e estamos fazendo umas leituras semanais aqui em casa. Havia me aposentado da cartomancia depois de perder uma carta específica do baralho Lenormand que tenho. Não tem como fazer qualquer leitura com uma carta faltando. E a falta dessa carta específica, me passou uma mensagem interessante.

Foto de um quadrinho - Quadro 1: Carta da lua. E uma fala -Deu lua de novo. Quadro 2: Personagem que é uma palhça diz sobre a mesa com várias cartas sobre a mesa. -A escuridão que dá vida à luz, blá blá blá. -Você conhece o papo. Não sei porque pediu pra eu ler o tarô, acho uma besteira.

Ela tá melhor que eu, levo os conselhos do tarô bem à sério.

Vamos agora para a parte que mostro umas partes legais do quadrinho, ligue seu alerta de spoiler, mas tá tudo descontextualizado:

Foto de um quadrinho - Quadro 1: Vários alunos em uma sala. E uma fala vindo do professor -Então, como sabem, depois dos danos da noite passada à biblioteca, não poderemos continuar a pesquisa por algum tempo. -Enquanto isso, gostaria de prosseguir para o período entre as duas grandes guerras. Quadro 2: Professor de costas com um giz sobre o quadro negro diz. -Vamos observar como as ligações iniciais entre a teoria comunista e outras políticas radicais foram interrompidas logo após a revolução. -Alguém pode me dizer o nome do anarquista, escritor de ajuda mútua, que denunciou a revolução bolchevique?

Eai? Quem foi?

Foto de um quadrinho - Quadro 1: Close na cara do professor. E uma fala vindo dele -Estou falando com você, MCGowan, deus me perdoe por desviar sua atenção da importância do que está fazendo, mas todos apreciaram o benefício do seu parecer. -O anarquista e teórico russo que denunciou a revolução de outubro. Quadro 2: O aluno diz. -Eu? Não sei senhor. Era molotov? Foto de um quadrinho - Quadro 1: Close no aluno com muita raiva que diz: -Era kropotkin. E você nunca vai me entender, porra.

Eu gosto dessa crítica à educação presente nessa primeira parte do quadrinho, e mostra um professor, que poderia muito bem ser anarquista, que tá fazendo parte do sistema. E o quadrinho nos mostra a revolta do que é ser um jovem encarcerado e condicionado a obedecer e se comportar calado, tendo que decorar nomes e falar quando se é mandado falar.

Foto de um quadrinho - Uma escola vazia sofre uma explosão. Foto de um quadrinho - Três jovens, sendo que dois deles olham e um enquanto sobe um muro fala -Sugiro que a gente queime a escola toda.

E depois, obviamente, ele toma uma punição da escola e do professor, e é enviado pra um centro de reabilitação para jovens delinquentes, uma prisão mais pesada que a escola:

Uma van chegando em um lugar que parece uma penitenciária e alguém fala -Oh, sim você vai ver. Bem-vindo à casa harmonia. Um diretor em um palanque diz para várias pessoas uniformizadas de cinza -Estamos aqui para ensiná-los a colocar as necessidades alheias antes das suas próprias preocupações egoístas. -Quando terminarmos com vocês, terão aceitado e entendido seu lugar como parte do status quo. Pessoa de costas olha para vários frascos com o que parece ser várias almas e diz -Jesus.

Outra parte legal, são as pixações do King Mob pelos muros do quadrinho:

3 jovens correm, um deles diz -Somos os caras! Somos os caras! Somos a milícia de Croxteth**!. E no fundo dá para ver um grafite escrito kingmob 2 jovens conversam e um deles diz olhando para um pixo na parede -Esta coisa está em todo lugar. O que é? E o outro diz -Sei lá. Que coisa mais bizarra. E na parade está pixado King Mob 1 jovem descendo as escadas e na parade está grafitado King Mob É possível ver nos quadros alguém pixando uma placa de um local, e coloca lá o pixo King Mob.

Kingmob é o personagem que representa o próprio quadrinista Grant Morrison, um carequinha cheio de piercing e roupas fetichistas. E sim, eu assisti o documentário sobre ele, quem tiver interesse tem o link com legendas em português aqui: https://youtu.be/A5USEtlz8qA.

Outro personagem bem massa é Tom o Louco, e toda a viagem com fungos encontrados na parede da cidade subterrânea de Londres:

Parede com pixo escrito barbelith, uma pessoa toca o pixo e diz -Isto tava aqui antes? A tinta ainda tá fresca. E depois os quadros que suscedem tem as falas -Estou sentindo -Bem estranho -Agora.

Eu to tomando muito cuidado pra não dar spoiler aqui, tinha separado muito mais imagens que essas. Tome cuidado, nesse quadrinho você vai encontrar muito fetichismo, criaturas bizarras, e muita mudança de realidade e paradigma, como toca a roda da magia do caos. Sigo em busca do volume 2 e do 3, que entraram no meu horizonte de leitura a partir de agora, assim como outras obras do Grant Morrison.

Qualquer atualização de novas leituras mando aqui pelo blógue, até mais ver!.